quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Saudade de um tempo...

Jandira está nostálgica hoje...pediu me para abrir o baú...relembramos muitas coisas aqui... voltamos a pensamentos antigos meus que joguei em papéis por aí, eu era uma menina ainda , mas já sonhava bastante... a pedido dela , escrito em 2001, seu preferido:

Descobrindo o amor...

Lá estava eu sentada e pensativa a olhar o horizonte.
Debruçada sobre meus joelhos, eu olhava fixo o pôr do sol.
O barulho das ondas batendo me dava uma sensação de liberdade e pureza. Pureza? O que seria uma sensação de pureza? Sei lá, talvez ali estivesse a resposta para esta e muitas outras perguntas...
Eu pensava em como era ridículo e perda de tempo procurar um amor. Amor não se procura se encontra.
A noite cai e eu permaneço ali sentada, sozinha, pensando...
No que pensava? Nem sei, se é que pensava em algo ou em alguém...
Descalço meus sapatos e  me ponho a caminhar na beira da praia. Os grãos de areia se misturavam entre meus pés. Estes chutavam alegremente a areia, como se procurasse algo debaixo dela.
Quem sabe a felicidade, o amor, a diversão não estariam escondidos por ali.
Acho que devo ter encontrado realmente um destes sentimentos por ali. Porque inexplicavelmente um sorriso abre em meu rosto e eu começo a saltitar pela praia fora. Canto, grito, choro, sorrio...e de repente caio como uma pluma sobre a areia numa gargalhada constante.
Deitada na areia, olho para o céu. Algumas estrelas o estampam, são poucas mas não perdem seu brilho.
Então penso, a estrela é algo solitário mas ao mesmo tempo não para de brilhar..... isso não é maravilhoso?! Independente de quem lhe admira, de quem lhe faz companhia ,a estrela nunca para de brilhar. Porque que com as pessoas não é assim?
Eu queria ser uma estrela, ou melhor possuir o brilho de uma estrela!
Quem sabe naquele momento solitário em que me encontrava eu não estava brilhando? Será que alguma estrela percebeu o meu suposto brilho como eu percebi o delas?
Mais um sorriso decora meu rosto. E em seguida fecho os olhos. Meu pensamento voa longe de carona com uma estrela cadente dessas que cruza o céu, e eu sonho com o amor desconhecido, nunca procurado e até agora nunca encontrado.
O vento bate em meus cabelos, que empolgadamente dançam na brisa. Sinto o gosto de água salgada na boca sem mesmo não ter tomado banho de mar. Banho de mar? Será? Talvez mais tarde, quem saiba...
Sinto algo tocar minha face, mas prefiro ficar de olhos fechados, o prazer da descoberta é maravilhoso. O que será?
Outros lábios roscam os meus, os lábios estão quentes que acabam por esquentar os meus também. Impulsivamente e inconsequentemente abro os olhos para sentir enfim o prazer da descoberta.
Não tenho dúvida é ele mesmo, muito bem nítido ali está ele, o amor.
Mas de repente um barulho impertinente invade meus ouvidos...o despertador toca.
Abro os olhos e estou deitada em minha cama ,o sol nasce na janela, mais um dia está para começar...o som do despertador já se tornou suave e em meu rosto brota-se mais um sorriso.
O verdadeiro amor só é encontrado em você mesmo, na hora no momento em que você menos imagina.
E quando é em encontrado você sente uma sensação de liberdade e pureza. Pureza? De novo ? Então para por aí... mas continuo rindo.
Estou feliz! Sou feliz!

Marina Brum



 

Um comentário:

  1. genial, Marina! Eu penso da mesma forma nossa felicidade está em nós. Quem sabe se as estrelas não brilham o seu próprio amor? bjs

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